4° Parte
JESUS É COROADO DE ESPINHOS E FLAGELADO MC 15:15-20
Ver um jovem forte em tal estado é embaraçoso, para dizer o mínimo que possa dizer. Quase instintivamente passamos para o outro lado, pois é uma cena diante da qual as pessoas querem esconder o seu rosto. Contudo sua aceitação mansa desta humilhação e fraqueza é a arma poderosa com que ele está desarmando o pecado, sofrimento e morte. Certamente, somos curados pelo castigo que ele sofreu, feito inteiro pelas chicotadas que ele recebeu.
Jesus cairá três vezes na caminhada até o Calvário. Deus cai e não se espera que Deus caia, mas Deus cai. Como a coroa de espinhos é a inversão divina. Todo que sustentamos como importantes - poder, fama, e fortaleza física - é feito de cabeça para baixo. Os valores de Cristo são inversos dos nossos valores. Deus se torna fraco, não mais poderoso, mas alguém que pode cair, alguém que pode morrer. Deus se faz humano na pessoa de Jesus, na via Dolorosa nós estamos diante da humanidade de Deus na queda de Jesus.
Também, podermos cair. Podemos, também ficar fracos. Podemos, também, ser plenamente humanos. Somos chamados a ajudar e erguer aqueles que caíram, abraçar os que não são amáveis. É isto que Jesus faz por nós, hoje, na medida em que ele é forçado a carregar a cruz através das ruas de Jerusalém.
Quantas vezes em nossas vidas deixamos de estender a mão para nossos amigos que estão caídos, fracos, desanimados? Quantas vezes não nos permitimos cair, errar, decepcionar achando que somos insuperáveis? Não podemos esquecer que do pó fomos criados e ao pó voltaremos. Não sabemos o dia de nossa partida. O que fica é o amor que plantamos no coração das pessoas.
É tempo de pensarmos no mal, que muitas vezes, fazemos para os mais enfraquecidos. Maltratamos as crianças, os idosos, os marginalizados. Eles também são a imagem e semelhança de Deus. Qual é mesmo a nossa missão? Amar ao próximo? Quem é nosso próximo? São questionamentos nesse tempo em que Cristo deu a sua vida em nosso favor. O rei é coroado, mas essa coroa é de espinhos, aqueles mesmos espinhos que saem do coração de pessoas amarguradas, tristes, torturadas, sofridas. A nossa missão é ajudar a curar as marcas que esses espinhos colocam no coração dessas pessoas, mas muito especialmente no coração das pessoas de nossa família.
5° Parte
JESUS COM A CRUZ ÀS COSTAS, RUMO AO CALVÁRIO
"Eles levaram Jesus. Jesus carregou a cruz nas costas e saiu para um lugar chamado 'Lugar da Caveira', que em hebraico se diz 'Gólgota'." (Jo 19, 16-17)
"Todavia, eram as nossas doenças que ele carregava, eram as nossas dores que ele levava em suas costas. [...] Mas ele estava sendo esmagado por nossos crimes; caiu sobre ele o castigo que nos deixaria quites. e por suas feridas é que veio a cura para nós."(Is 53, 4-5)
"Depois Jesus disse a todos: 'Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará." " (Lc 9, 23-24)
Oh boa cruz, há tanto tempo desejada. Terrível cruz, pesada demais para o seu corpo desgastado. Cruz das torturas que se aproxima. Desde sempre eu penso em você. Cruz da salvação para o mundo inteiro.
Muitas vezes tornamos nossa vida familiar insuportável e passamos toda uma existência apegados a migalhas, a rancores, a mágoas, a saudades destrutivas... Os pais esquecem de que foram jovens iguais a seus filhos e que eles tem necessidades referentes a sua idade. Será que nos dias de hoje é possível encontrar famílias onde os pais e os filhos se compreendem e se ajudam mutuamente?
É possível sim. Mas, infelizmente essas famílias são poucas por que muitas vezes os pais acham que são donos da verdade e excluem seus filhos para longe de seus lares. Deve existir um bom relacionamento entre pais e filhos, e isso gera um autoconhecimento e perdão mútuo.
Para que a nossa vida não se torne uma caminhada ao calvário, onde os filhos crucificarão os pais e os pais crucificarão os filhos. O diálogo é fundamental entre eles. Não basta suprir todas as necessidades materiais dos filhos e da família. O dinheiro não é tudo e não satisfaz plenamente as pessoas. Precisamos de carinho, amor, compreensão, diálogo, confiança, presença.
Nossas famílias são exemplos da família de Nazaré? Existe amor no seio de nossas famílias? E em nossa família da fé? Chegamos sem querer nos comprometer ou estamos dispostos a mudar a nossa família para crescermos juntos? Estamos dispostos para o crescimento de nossa família.
Quando pais e filhos caminham juntos, podem vencer a barreira do Calvário e diminuir, e até mesmo eliminar, o peso de suas cruzes, e no lugar da crucificação haverá braços abertos acolhendo um ao outro num caloroso abraço.
6° Parte
JESUS CAI COM O PESO DA CRUZ.
Jesus respondeu-lhe, dizendo: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vi ser glorificado. Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perde-la; quem despreza a sua vida nesse mundo, vai conserva-la para a vida eterna. Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, ai também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai honrará. agora estou muito perturbado. E o que vou disser? Pai, livra-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, manifesta a gloria do teu nome!” (Jo 12,23-28)
Jesus sofreu a terrível flagelação romana, que causou a morte de muitos. Ele não dormiu naquelas noites de calúnias. A cora de espinho rasgou-lhe cabeça e o coração.
Há momentos na vida em que acreditamos dominar tudo... Não percebemos que nossa preciosa vida está sendo gasta na tentativa de provar para nós mesmo que vale a pena percorrer determinado caminho, mesmo que errado. Caminhando deste modo, caímos sob o nosso próprio corpo... Não conseguimos nos carregar, nos manter em pé e a queda é infalível. Somos tão auto suficientes que pensamos possuir liberdade sem fronteiras, pensamos se donos de quem nos quer bem, pensamos possuir o que quisermos... e o peso de nossa cruz vai aumentando, a cada passo dado segue uma queda.
Quantas vezes já caímos sob nosso próprio peso? O que fizermos para mudar esta situação? O que estamos fazendo para aliviar o peso d nossa cruz e da cruz de nossos familiares? Estamos deixando eles caírem sozinhos ou ajudando os nossos queridos a carregar a cruz sozinhos? Mesmo caindo com o peso da cruz estamos profetizando? Estamos calados? Ou estamos denunciando a violência.
7° Parte
SIMÃO CIRINEU É OBRIGADO A LEVAR A CRUZ DE JESUS.
"Enquanto levam Jesus para ser crucificado, pegaram certo Simão, da cidade de Cirene, que voltava do campo, e o forçaram a carregar a cruz atrás de Jesus!" (Lc 23,26)
"Carregam os fardos uns dos outros, es assim vocês estarão cumprindo a lei de Cristo." (Gl 6,2)
"Agora eu me alegro de sofrer com vocês, pois vou completando a minha carne o que falta nas tripulações de Cristo, a favor do seu corpo, que é a igreja." (Cl 1,24)
"Pois Deus concedeu a vocês não só a graça de acreditar em Cristo, mas também de sofrer por ele." (Fl 1,29)
Jesus ainda não pode ficar em pé, por isso, oficial encarregado com os detalhes da crucificação mandou um visitante africano em Jerusalém, Simão de Cirene a carregar o braço da cruz de Jesus. Não sabemos qual é a cor de Simão, mas nessa parte temos a oportunidade de derrubar os nossos preconceitos.
Assim como muitos ficam espantados por causa de ressurreição pois já não parecia mais gente, tinha perdido toda a sua aprecia humana assim também as nações numerosas levarão um susto. Diante deles os reis vão fechar a boca, pois verão uma coisa que nunca ouviram contar e compreenderão e que jamais ouviram, ele não tinha aparência nem beleza para atrair o nosso olhar, nem simpatia para que pudéssemos aprecia-lo.
Desprezado e rejeitado pelos homens, homem do sofrimento e experiência na dor, todavia, eram as nossas doenças que ele carregava, erram as nossas dores que ele levava em suas costas.
Quando mutilado estas, Senhor! As pancadas incharam o teu belo rosto. E no entanto, mesmo assim, com o sangue e o suor, com aspecto não mais humano, ainda és belo! A noite terrível e as cuspadas não puderam atingir a profunda majestade do teu rosto. Eu vejo que eras belo, que es pelo ainda apesar de tudo. E nesse belo rosto, o seu olhar, Senhor! Os guardas que voltaram junto as sacerdotes e fariseus diziam: “Ninguém jamais falou como esse homem.” (Jo 7,46); Também nunca se encontrou tamanha profundeza, tamanha mansidão, tamanha beleza no olhar.
Por que, Senhor, o teu rosto, luminoso como o sol no dia da transfiguração, está agora tão mal tratado? – Eu cumpro o que esta escrito em Isaías: “Muitos ficam espantados ao me olhar, pois eu estou sem toda a aparência humana”. Mas tudo isso é nada perto do que o pecado arruína nas almas, ainda que seja à minha imagem. Feito pecado, eu imprimirei nas almas a beleza do meu rosto. Com mais certeza do que sobre o pano, eu imprimo meu rosto na alma e no coração de aqueles que me amam, de aqueles que querem enxugar as lagrimas de meus olhos, as lagrimas também de todos esses pequeninos que são meus.
A vida nos prepara momentos de surpresa e estes podem ser alegres os tristes. O certo é ambos fazem derramar lagrimas. Choramos de alegria e choramos de tristezas. Quantas vezes dentro de nossos lares matamos aos poucos nossas familiares e nem nos incomodamos com isso? Ferimos com os ciúmes, com a inveja, com a malde, com o orgulho e com indiferença. Quantas lagrimas já foram derramadas por culpa nossa e permanecemos indiferentes? Quantas mal dormidas nossos pais, irmãos, companheiros , passaram por nossa causa? Damos valor a essas pessoas? Quantas lagrimas derramamos por alguém? e quantas foram derramadas por nos mesmos? Na família muitas lagrimas são enxugadas pelos nossos queridos.